Democracia pra quê? Democracia pra quem? Quem é favorecido com esse modelo democrático vigente? Quem essa democracia faz viver e quem ela deixa morrer? Julgamos necessário que nós, cientistas sociais em formação, incluamos essas perguntas no espaço universitário e ofereçamos as ferramentas para a criação de um diálogo com a UFRN e com o mundo. Somos mulheres e homens, negros e negras, LGBTs, pobres, pessoas à margem de um sistema que maltrata e exclui. Então usaremos nosso espaço como estudantes universitários para darvoz àqueles que jamais são ouvidos. Os crimes de maio de 2006 geraram 564 mortes até hoje não explicadas e feridas que permanecem latejando na vida daquela/es que foram afetada/os. Mas a resposta nada séria que essas vítimas receberam foi apenas seu silenciamento. Essa não é a democracia que queremos e, portanto,não é com passividade que reagiremos. É preciso que ocupemos os espaços da UFRN e iluminemos as perguntas que as grandes instituições capitalistas, patriarcais, eurocêntricas e heteronormativas vêm deixando de lado. Somos filhos e filhas da conjuntura que vivemos e sabemos do impacto negativo que atrocidades como as ocorridas nos Crimes de Maio geram. Não vamos aceitar a violência imposta aos nossos corpos e aos daqueles que sofreram e sofrem dia após dia por não ocuparem os postos que esse modelo de democracia privilegia. Cremos na capacidade de transformação social que existe em nosso curso e faremos disso uma ferramenta de luta. É dessa maneira que a Semana de Estudantes de Ciências Sociais e o Congresso de Estudantes de Ciências Sociais chegam: para possibilitar a criação de um modelo democrático que contemple à todos e a reflexão de como materializar essa proposta dentro e fora da universidade.